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sábado, 4 de julho de 2015

FIM


Por favor não fale
Deixe que o melhor do que foi dito
Erga-se em sua memória
E nos traga de volta aquela primeira noite

Por favor não veja
Feche seus olhos...Congele sua mente... 
É esta a imagem mais bela 
Deixe que ela incendeie seus pensamentos
E nos devolva o que já foi perdido

Sou apenas uma garota tomada pelo sofrimento
que foi despojada de todos os sonhos e fantasias

Sinto que não posso respirar
Seu desprezo corre em minhas veias
Tem um gosto amargo entre meus lábios
Minhas lágrimas esgotam a essencia
De tudo que contigo vivi

Por favor não vá
Sinta mais uma vez o calor do meu corpo
Explore cada arrepio da minha pele
E repare o mal inenarrável que causastes a mim

Por favor...

Sou apenas a sua garota flagelada pela angústia,
perdida no vazio do teu olhar...

Sinto sua voz cada vez mais distante
Seu rosto agora é só uma recordação abstrata
Não deixe que eu veja teu sorriso triste
Fingindo ser amável comigo

Preciso do seu toque

Por favor me chame...
Quero acordar deste pesadelo
E ao abrir os olhos ter de volta
o meu coração, 
sem riscos ou arranhões 
Da maneira que entreguei a você

Eu achei que tinha te visto chorando
mas foi apenas o desejo de vê-lo aflito
Deixe eu me embebedar com minhas lembranças
Apostar em um jogo perdido

...Fim

By: Janna Teixeira

"Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim" Marcel Proust













quinta-feira, 19 de março de 2015

Versos de desapreço


Sou dor, sou vazio,
sou sofrimento e ego ferido
uma lágrima que seca e resseca
sob o teu olhar frivolo
sou reflexo desse desejo
muitas vezes, ridiculo

sou coração partido
abatido, desfigurado
sou presa do teu escarnio
escravo do teu feitiço
pulso sem emoções
e vivo desabitado
em destroços, sumido


Sou sombra, sou abismo
sou vicio, sou pretidão
sou ruínas do que vivi
sou fracasso, rancor e devastação

sou reflexo do meu desespero pavoroso
sou verme obsceno, asqueroso
que vil rastejo hediondo
pelo gargalo fétido e inescrupuloso
de teu egoísmo e ingratidão

Sou palavra que cala,
sou grito sem terror,
sou sanha inquebrantável
sem desnudar meu valor
sou mais uma vítima considerável
deste sentimento involutário 
o temível e brutal amor

by: Janna Teixeira

"Ser poeta é: fazer de sua dor um desamor indolor"
(Soriévilo)






sexta-feira, 1 de novembro de 2013

PAPEL EM BRANCO



Eis o papel,
continua em branco,
pois as palavras insistem em fugir de mim,
nesta confusão mental que desonra minha inspiração,
macula minha alma e me lança
n'um abismo de mágoa e desilusão

Meu coração sangra sem teu amor
e a solidão impiedosa avança sobre mim célere
como uma cascata de pesares,
banha-me,
líquidos lutuosos encharcam meu corpo
e enegrecem minha vida

Tantos versos poderia retirar desta dor
e transformar em poesia o que agora é dissabor

Meus olhos fervem em lágrimas
espasmos intensos dobram-me ao chão
teu corpo já abandonou minha pele
tua presença agora não é mais que uma sombra
que assombra meu dia e o torna vão

De minhas mãos tremulas só brotam riscos e rabiscos
nada que se faça belo surge nesta folha de caderno...
Pois aquilo que foi vivido,
o que não poderia ser esquecido
não quer aqui ser impresso

Pobres versos, que nenhuma dor expressam
seja do amor perdido ou de um sentimento traído

Hoje não sou mais um amante
e sim, um parco poeta mendicante
que ousa desafiar com caneta e papel
a injusta condição,
de fazer poesia seguindo a intuição.

By : Janna Teixeira 

"Escrever é deixar uma marca. É impor ao papel em branco um sinal permanente, é capturar um instante em forma de palavra" (Margaret Atwood) 
















sexta-feira, 18 de outubro de 2013

REFLEXO DA MINHA VERDADE




Chegou a hora de encarar a realidade
Esse espelho do qual por vergonha eu fujo 
Trás em seu reflexo a minha verdade
Pois agora aos quarenta 
oculto minha personalidade 
penso mais que falo
ouço mais que ajo, espero mais que arrisco  

A estrada que vejo atrás de mim é longa

Eu fecho os olhos e sou criança 
Brinco na rua, 
pulo corda com minhas amigas,
e na amarelinha alcanço o céu 
Quero ser estrela
 eu danço e canto
é meu sonho de artista 
ter o príncipe de meus livros
sem nenhuma bruxa cruel

De repente cresci, sou 'aborrecente' 
Sou atleta, roqueira e rebelde
quebro tabus, dou meu primeiro beijo 
E descubro o que é o amor
Eu quero mudar o mundo
Sou politizada, cara pintada
e meus livros já não tem final feliz

Os anos passam, e conheço as ruas 
sou noite, sou boêmia
sou música e poesia
entre um ou outro trago
cercada de conversas e amigos
Idealizo minha nova vida
E neste mesmo lugar
convivo com a dor e a miséria,
percebo o quanto é difícil transformar
sem as ferramentas corretas
Observo aqueles que parecem perdidos
quando eu própria perdi o momento de embarcar
no trem da vida...
E não há o que detenha 
os grãos de areia no relógio do tempo

Eis o reflexo que vejo agora
-mulher, mãe, trabalhadora
hoje eu sou chamada de senhora  
trago na face as marcas da idade
que disfarçam mas não escondem 
a eterna sonhadora 
que agora além de ler coloca no papel 
o desejo de ser poeta e escritora 

By: Janna Teixeira 




  








terça-feira, 1 de outubro de 2013

NOS BRAÇOS DE MORFEU



Ainda com os olhos fechados
meus sentido queriam gritar
pois minha consciência desconhecia
para onde minha mais íntima fantasia
havia de me levar
Despertei sem acordar
ao ouvir o delicado farfalhar de folhas
e o discreto sussurro do mar...
Espertei meus sentidos ao perceber
uma despretensiosa brisa que me refresca 
desviando o calor de intensos raios de sol
que insistiam em minha pele penetrar
N'um débil pescar de olhos
pude aos poucos vislumbrar 
aquele pedaço de paraíso 
no qual Morfeu me fez parar 
O essencial à minha vida
pude aos poucos observar
tantos encantos e desejos
mas o amor não estava lá...
Que tipo de sonho é esse onde vim parar
pois se o amor não se faz presente 
aqui eu não quero estar!
Sem paixão o que era belo veio logo a pretejar 
Grandes muralhas surgiram 
para meu coração limitar 
cheia de pesar e tristeza
dos braços de Morfeu decidi me jogar
em um suicídio onírico 
vi a liberdade regressar 
pois nenhum sonho é maravilhoso 
se o amor nele
eu não puder compartilhar.

By: Janna Teixeira 

"Sonhar é acordar-se para dentro" (Mário Quintana)


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

QUANDO UM AMOR ACABA


O que direi à vida
quando o novo dia amanhecer
e ao meu lado teu rosto amado 
eu não enxergar
Quando os raios do mesmo sol
que por aí te ilumina,
na solidão de tua partida
vier sutil me ver chorar 
Sofro culpada e abatida
amargando esta ferida
que em meu peito
eu mesma fiz rasgar
Perdi o tato
sem tua mão na minha 
pois nem a lembrança de tua pele macia
faz despertar os sentidos
que tua ausência fez apagar
O que farei ao perceber
que hoje a minha cama vazia
não passa de uma pedra dura e fria
na qual um corpo inerte habita
sem ao se queixar
Meus olhos cegam 
e o silencio cala 
até o ar que eu respiro de repente, 
sem ti pára 
Hoje sou a tristeza 
que em mim se aplaca 
pois privada de teu amor ou mesmo, 
de tua simples presença 
não passo de um espírito frio, 
desabitado e obscuro
vivendo em um vagar 
sem ter um alguém para amar.

By : Janna Teixeira 

"O amor é um não sei quê, que surge não sei de onde e acaba não sei como" (Madeleine Scudery)


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

VAZIO...

Eu aqui aos seus pés
com o peito dilacerado
coração em pranto
n'um baticum desordenado
sem os sentimentos harmonizar.
De joelhos em prece
rogo por mais um olhar,
uma palavra, ou quiçá, um último beijo,
para esse momento eternizar
Meus olhos melancólicos que teimam em fechar
para na escuridão de minha mente
tua imagem em mim tatuar
lembranças de um amor intenso
que a mim não voltará
Deixa, não dá mais pra disfarçar
pois meu toque não te desperta
tuas palavras só querem calar
seu sorriso apagou
teu olhar não quer me encontrar
Preciso me erguer e respirar
reaprender a andar
extinguir minha dor
e na solidão me amparar
Tristeza ficar aí...
mesmo sozinha não quero a te confidenciar
as dores ou amarguras
que o fim desse amor fez em mim habitar
O vazio me incomoda
e eu tenho que saber:
- não vou mais te encontrar...

By : Janna Teixeira 

"Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter e não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar, que o silêncio que eu creio em mim é a resposta ao meu mistério" - CLARICE LISPECTOR