HORIZONTE DISTANTE

Observo o distante e inalcançável horizonte

apuro minha visão e enalteço os meus sentidos,

busco descortinar o futuro,

ambiciono em pressentir o amanhã

e expor abertamente o porvir...

Declaro guerra contra o amor

arranco do peito o meu coração

corro, grito, me descabelo, 

rasgo-me inteira...

Sob a incessante chuva que cai, 

tento retirar você de mim

camuflar o teu cheiro que exalo em meu corpo

apagar o fogo dessa paixão que me consome

De olhos abertos só enxergo o passado

dentre os meus dedos ainda estão os teus cabelos

meus lábios molhados desejam teus beijos

minha pele reage à lembrança de teu toque

Fecho os olhos para não te presenciar

miro na escuridão o desejo de te arquivar

num livro qualquer ou nas páginas de um diário 

e assim guardar nossa história:

 o meu amor e o teu desprezo,

 a minha dedicação e o teu cinismo,

 a minha loucura e a tua traição...

Molhada pela chuva, 

disfarcei minhas lágrimas

abafei meu choro,

me manti de olhos fechados...

Absorvo as dores que me tomam o espirito

seco as lágrimas que insistem em cair

calo as vozes que ecoam no meu pensamento

em desespero,

dissipo as lembranças que vivem em mim...

Sobre as sombras da escuridão

imagino o longiquo horizonte,

traço ainda desolada novas perspectivas,

idealizo mesmo sem confiança o próximo passo,

fantasio em preto e branco um caminho 

poetizo minhas emoções e as coloquei no papel

e ainda, de olhos fechados,

mesmo sem ter você como bússola, 

escapo do abismo do sofrimento e,

caminho em direção a uma nova promessa

para onde minha esperança diz ser o norte ...

"VIVEMOS TODOS SOB UM MESMO CÉU, MAS NEM TODOS TEMOS O MESMO HORIZONTE" (KONRAD ADENAUER)

Por: Janna Teixeira