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quinta-feira, 22 de março de 2012

Meus heróis, suas vozes e polêmicas...

Meus heróis surgiram como filhos ou descendentes de uma década musicalmente especial, os anos 60. Sementes que ali  foram plantadas, eclodirão de forma excepcional, cresceram e nos deram frutos que até hoje alimentam a cultura mundial, bandas e cantores que passaram a habitar o cenário musical, vêm encantando a juventude por décadas: The Beatles, The Rolling Stones, Bob Dylan, Jimi Hendrix, Santana, The Doors, Big Brother and The Holding Company.
Aqui no Brasil, a musicalidade era disseminada por vários movimentos; os festivais de música popular revelaram nomes como Chico Buarque e Elis Regina; o Clube da Esquina veio com Milton Nascimento; a Tropicália de Gil e Caetano; os Mutantes, de Rita Lee... Enfim, esta foi uma década prospera para a música em todo o mundo.
E dentro de toda essa abertura para a música, o rock'n roll ganhou imensa popularidade, estando diretamente associado à rebeldia política. Pregava-se a 'Era de Aquários', buscando a paz e o amor livre; bandeira esta carregada pelos roqueiros, alguns frutos da geração beat e embriões do movimento hippie, que tinham predileção pelo rock psicodélico encontrado na obra de: The Beatles, Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Quicksilver Messenger Service, The Doors, Pink Floyd, The Kinks, Bob Dylan, Raul Seixas, Neil Young, Mutantes, Zé Ramalho, Secos e Molhados, os tropicalistas (Caetano, Gil, etc), Novos Baianos, A Barca do Sol, soft rock como Sonny & Cher, Hard Rock como The Who.
Daí retiramos alguns grandes exemplos desse movimento: Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison. 
Esses três carregam sobre si títulos de grande peso, até os dias atuais; nada que, suas vidas atormentadas pelo vício ou da morte excruciante que os abateu; tivesse relevância sobre o talento natural de cada um deles.


Jimi Hendrix é considerado até hoje, o melhor guitarrista da história do rock, fez de sua guitarra, sua voz. É um músico de grande importância e influência em vários gêneros musicais. Foi a atração principal do Festival de Woodstock. Paralelo ao sucesso, ele conviveu com o vício em drogas e álcool; e quando foi encontrado morto em Londres, no dia 18 de setembro de 1970, várias hipóteses para sua morte foram cogitadas: morte acidental, suicídio e homicídio. O fato é, Jimi foi encontrado morto, asfixiado por seu próprio vômito. Em seus pulmões, estomago e sobre suas roupas, foram encontrados uma grande quantidade de vinho. A letra de uma canção de Hendrix, encontrada em seu apartamento, levantou a hipótese de suicídio. A teoria de homicídio veio de depoimentos de seu ex-roadie Wright, que alegou ter o empresário do cantor, Mike Jeffrey confessado seu assassinato, motivado por uma apólice de seguros de 2 milhões de doláres. Para Jimi o que restou foi a perpetuação de seu talento e hoje, ele faz parte do Hall da fama do Rock'n roll americano e londrino. Além dos acordes fabulosos de sua guitarra, também podemos registrar algumas de suas palavras, com relação a música que tocava: "O blues é fácil de tocar. Mas é difícil de sentir".


A rainha do rock'n roll, este é o título carregado por Janis Joplin, que também se destacou como a maior cantora de blues e soul de sua geração, vestia-se como os poetas beat, com roupas de cores fortes e motivos geralmente, indianos. Quando abria a boca uma voz inconfundível, tomava todo o ambiente, e esta tornou-se sua mais marcante característica, a voz. Viveu seus 27 anos, intensamente: "-Eu trocaria todos os meus amanhãs por um único ontem", disse em certa ocasião; viciada em heroína e álcool, não dispensava sua bebida preferida, Southern Comfort . Para Janis: "- Liberdade é só um outro modo de dizer que não se tem nada a perder". E no dia 04 de Outubro de 1970, foi encontrada morta, no Hotel Landmark, após uma de overdose heroína, excepcionalmente pura e álcool. E assim, foi sua vida e carreira, da forma que premeditou: "-É melhor viver, dez anos de uma vida efervescente do que morrer aos setenta e ter passado a vida assistindo Tv".


Jim Morrison, o poeta do rock, líder do grupo The Doors, também era tido como simbolo sexual, desta geração de roqueiros, no entanto este título não lhe agradava. Como cantor, desenvolveu um estilo de cantar único, suas letras eram poesias misticas. Jim era dono de uma personalidade impulsiva, o que lhe acarretou grandes problemas durante sua carreira, junto ao The Doors.
Desde a faculdade esteve escondido sob a capa do vício em drogas e álcool, seu comportamento descontrolado, dificultava-lhe separar a realidade dos fatos,  das ilusões criadas; fantasias e visões desenvolvidas pelo uso descontrolado das drogas que consumia. Morrison, sempre estava sob o efeito de alucinógenos, ácidos (LSD). Em 1965, apaixonou-se por Pamela Courson, com ela viveu uma história de amor tumultuada, regada por traições de ambas as partes. Apesar dos altos e baixos, Jim esteve com ela até sua morte, em Paris, em 3 de julho de 1971. Sua morte, como a Jimi, permanece até hoje sem resposta; um legista atestou sua morte por parada cardíaca, mesmo não tendo submetido seu corpo a uma autópsia. Uma hipótese de overdose, também foi questionada na época de sua morte, mesmo sabendo-se que Jim não era usuário de  heroína e sim, Pamela que veio a morrer em 1973 por overdose dessa substância.
Jim Morrinson não desejava ser lembrado apenas como um cantor diferenciado, polêmico; ele buscou na poesia uma forma de mostrar-se verdadeiramente ao público: "Se minha poesia pretende atingir alguma coisa, é libertar as pessoas dos limites em que se encontram e que se sentem"


A partir desta década, vários cantores e bandas surgiram, alguns alcançaram o sucesso, no entanto, poucos deixaram suas marcas na vida da gente, isso tornou-se algo raro. 


Nos anos 90, o Nirvana, uma banda americana, de Seattle, que tinha lançado um álbum chamado Nevermind (era seu segundo lançamento) e vinha destacando-se em primeiro lugar nas rádios e levando a juventude à loucura. O som deles era diferente de tudo que vinha tocando naquela época. E como líder dessa banda, os holofotes acederam-se sobre o vocalista e guitarrista Kurt Cobain. Este era um daqueles artistas que destacam-se aos demais, e que preservaram seu nome pela posterioridade. Canções como Smells Like Teen Spirit, Lithium e Come As You Are, estouraram. E assim ficou decidido, Kurt Cobain era o novo herói... Mesmo que ele lutasse constantemente contra o assédio da mídia, a fama meteórica e exposição de sua imagem.
Mas por ironia do destino ou alguma conspiração do universo, Kurt Cobain, também foi encontrado morto em 8 de abril de 1994, aos 27 anos, com um tiro de espingarda na cabeça, o suicídio foi apontado como causa de sua morte. Kurt, com Janis e Jimi era dependente químico, viciado em heroína e desenvolveu por anos um comportamento depressivo, suas músicas tinham como tema constante o suicídio. Kurt é lembrado hoje, como um dos músicos de rock mais famosos da história na música alternativa: '' ... Se meus olhos mostrassem a minha alma, todos, ao me verem sorrir, chorariam comigo ... ''


De 1994, quando Kurt morreu, até 2008 quando Amy Winehouse surgiu candidata a seis estatuetas do Grammy, há um vazio de grandes nomes na música. E esta jovem londrina, arrebatou para si um lugar no cenário mundial, seu estrondoso sucesso, esteve amparado pela internet. Amy tinha um estilo diferente do que vinha sendo explorado na mídia, não expunha o corpo, ela mostrava que tinha um dom natural pra música. 
Ela soube administrar uma mistura eclética de gêneros musicais , associando o ritmo & blues, com o jazz e o soul. Depois de Janis, poucos alcançaram o sucesso, dentro deste estilo musical.
Amy criou pra si uma caracterização própria, tinha pelo corpo algumas tatuagens, usava o cabelo num estilo característico das divas de 1950/60, os olhos sempre pintados com fortes delineadores, além da maneira simples que se vestia em suas apresentações. Tornou-se uma grande surpresa e teve um estrondoso sucesso. Mas tão rápido quanto foi seu reconhecimento veio sua decadência. Viciada em álcool e drogas (incluindo o uso do crack), apresentava-se embriagada, com a voz tropega, esquecendo parte das letra de suas músicas. Em diversas ocasiões saiu do palco sob vaias do público, revoltados por seu comportamento. Esteve ligada a várias polêmicas, durante a carreira, foi vista em um vídeo utilizando crack, em outra situação apresentou-se após ter cheirado cocaína, ainda via-se vestígios da droga em suas narinas, durante as apresentações sempre estava acompanhada por um copo de bebidas. E este comportamento, a conduziu por sérios problemas de saúde e também com a polícia. Foram diversas as tentativas para sua reabilitação, porém no dia 23 de julho de 2011, aos 27 anos, ela foi encontrada morta sob as suspeitas de overdose, em sua casa, em Londres. As circunstâncias de sua morte ainda estão sendo apuradas. De Amy Winehouse restou aos fãs   o pequeno, porém grandioso legado musical. Em uma de suas tatuagens, via-se a inscrição: "Nunca amarre minhas asas. Deixe-me voar", e assim foi sua vida.

E nas histórias desses cinco grandes artistas, observamos um caminho glorioso, amparados pelo talento indiscutível e consumidos pelo uso de drogas. Todos eles nasceram ou descenderam musicalmente amparados pela década de 60, dali expandiu-se ao mundo os ideais de liberdade e de amor. Para nós os fãs, o que restou desses grandes ídolos foram suas lendárias carreiras e o legado musical deixado por eles, cada um a seu tempo.  

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